Este blog pertence à Comunidade São José (Centro), de Santa Cruz do Sul (RS). Pretende ser um instrumento de evangelização, promovendo um maior conhecimento da figura e da missão de São José e apresentando temas e reflexões sobre aquele a quem Deus “confiou a guarda dos seus tesouros mais preciosos”. Que o bom São José defenda a Santa Igreja de toda adversidade, ampare especialmente a nossa Comunidade e estenda sempre sobre cada um de nós o manto da sua poderosa intercessão!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

A GLÓRIA DE SÃO JOSÉ



28 DE MARÇO

A GLÓRIA DE SÃO JOSÉ -


SÃO JOSÉ NO CÉU

Que grau de glória e que lugar ocupa no céu nosso querido São José entre os santos? É impossível, diz Isidoro de Isolano (‘Summa de donis Sancti Joseph’ – P. III, C. XVIII), à língua humana traduzir a grandeza e a glória de São José. É o cúmulo e o ápice de todos os triunfos da criatura, depois de Maria. Explica o teólogo Josefino Cardeal Lépicier como a glória do Santo Patriarca excede a de todos os eleitos. O termo da predestinação é vida eterna, que consiste nesta visão de Deus que costumamos chamar a glória. Ora, a glória, que é dada a algum santo no céu, corresponde ao seu grau de predestinação. São José foi predestinado numa ordem e num grau muito superiores a todos os justos do Antigo Testamento e aos santos do Novo Testamento, sem excluir São João Batista e os Apóstolos. Só a Virgem Santíssima teve maior glória. E como a missão de São José, depois de Maria, foi a mais sublime em relação ao Verbo Encarnado, pode-se concluir com segurança, no verdadeiro sentido da doutrina da Igreja católica, que o Santo Patriarca está colocado na glória celeste em primeiro lugar depois da Mãe de Deus (‘Tractatus de Sancto Joseph, P. I. A 3, Prop. 7). E outro teólogo, Suarez, opina com segurança: “Não considero impossível nem temerário, mas piedoso e muito conforme à verdade, afirmar que São José precede a todos os santos na graça e na beatitude celeste. Nada encontro na Escritura nem nos livros dos Santos Padres contra isto (In 3 P. Quaest. XXIX, ARt. 2). Não há dúvida, escreve Gerson, há no céu grandes santos glorificados, como São João Batista e os Apóstolos, e nem quero falar dos anjos. Todavia, creio que São José está acima de todos os santos. Se os Apóstolos ocupam o primeiro lugar, é tão só na ordem da Igreja mas não da união hipostática, onde só figuram Maria e José. Ora, o mistério da Encarnação domina, soberano, o céu e a terra. A glória de São José é intimamente ligada ao adorável mistério, é maior que a de todos os santos e anjos do céu. Para nos convencermos desta verdade, diz o Pe. Huguet (‘Pouvoir de Saint Joseph’), lembremo-nos dos serviços prestados por São José ao próprio Deus na terra. Governou a Sagrada Família; foi o guarda de quem guarda todos os seres criados; o Anjo do Conselho; o redentor do Redentor dos homens, na apresentação do Templo; o salvador do Salvador do mundo, salvando-O de mil perigos; o senhor do Rei e da Rainha do céu. Os santos serviram a Jesus no pobre, na Eucaristia, no sacerdócio, na Igreja. José esteve ao serviço da própria Pessoa adorável de jesus Cristo, servindo diretamente a Humanidade Santíssima do Redentor como nenhuma criatura depois de Maria.


AS GLÓRIAS DE SÃO JOSÉ

No céu tudo é perfeito e belo. Na terra, unidos, viveram Jesus, Maria e José. Aqui, o Filho de Deus, a Mãe de Deus obedeceram a José, o honraram como chefe da Sagrada Família. O amor de Jesus ao seu Pai adotivo será menor no céu do que o foi na terra? Maria será menos dedicada ao seu Esposo Santíssimo?

Na perfeição do céu, mais perfeito, mais sublime há de ser o amor de São José, a sua glória, e Família, diz São Bernardo (‘Sent.’), na vida laboriosa viveram juntos na terra jesus, Maria e José, assim na vida amorosa da glória reinam em corpo e alma no céu. A mesma intimidade, o mesmo amor. José, pois, é o Pai querido, o Esposo amantíssimo, o protetor solícito de quanto o invocam. Quem poderá, pois, imaginar sequer a glória incomparável de São José no céu? Segundo Isolano, na sua incomparável ‘Suma dos dons de São José’, o Santo Esposo de Maria possui a tríplice auréola da Virgindade, do Martírio e dos Doutores. Quanto à virgindade, não há dúvida, a unanimidade dos teólogos afirma a virgindade perpétua de São José. Seria temerário e quase blasfêmia negá-la. O martírio sofrera-o o santo sem derramar o sangue como os mártires, porque mais do que os mártires sofreu por Jesus Cristo e com Jesus Cristo em toda sua vida. Maria Santíssima não é a Rainha dos mártires, sem ter derramado sangue? E quem sofreu como Ela? José teve o martírio do coração desde que lhe anunciaram que uma espada de dor transpassaria a alma de sua Esposa na Paixão de Cristo. Mártir no Egito, no exílio, no martírio lento da pobreza, das angústias de uma vida de privações e da expectativa dolorosíssima dos futuros sofrimentos de Jesus e Maria. Verdadeiramente possui ele a glória dos mártires, a auréola do martírio como Esposo da Rainha dos Mártires e Pai do Rei glorioso de todos os mártires.

A auréola dos Doutores cabe também a São José? Isolano o afirma, porque o santo fora e é o mestre da vida espiritual, firma em nossos corações a fé, protege-nos contra o erro e a heresia, salva a doutrina santa da Igreja como salvou e guardou Jesus Cristo. Todavia, diz Lépicier, a missão de Doutor cabe aos que pregaram e ensinaram na Igreja de Deus. A missão de São José foi outra. Foi a de ocultar o mistério da Encarnação. Podemos, sim, glorificar a São José como Doutor das almas, mestre de nossa vida espiritual, porque nos ensina a amar a Jesus, mas a auréola de Doutor não lhe podemos atribuir senão em um sentido figurado e piedoso.


EXEMPLO

- Pio IX, devoto de São José -

O grande Pontífice da Imaculada Conceição foi também o Papa de São José. Era comovedora a sua devoção filial ao Santo Patriarca. Pelo Decreto Apostólico de 10 de Setembro de1847, estendeu a toda a Igreja a festa do Patrocínio de São José, que se celebrava até então em poucas igrejas por indulto especial. Em 8 de Dezembro de 1870declarou solenemente a São José Patrono da Igreja Universal e ordenou que a festa de 19 de Março fosse elevada ao rito duplo de primeira classe.

É conhecido o episódio do célebre quadro da Imaculada Conceição. Um pintor francês veio lhe mostrar o esboço da obra. Era uma representação da glória da Imaculada no céu.

- Onde está São José? Não o vejo aqui, no quadro...

- Santidade, responde o pintor, eu vou coloca-lo lá no alto, entre os santos.

- Não, não! diz Pio IX.

E pondo os dedos sobre a imagem de Jesus Cristo:

- Quero São José aqui, bem ao lado de Jesus Cristo, ao lado de Maria. Assim estão eles no céu. Não os separemos!

Poucos dias antes de sua morte, o Santo Pontífice recebera em audiência íntima, em seu leito de sofrimento, a um religioso amigo. Este notou na fisionomia do Papa alegria e confiança e um doce otimismo no modo de falar.

- Por que Vossa Santidade me parece hoje tão alegre?

- É que hoje estive meditando, responde Pio IX, e encheu-me de consolação o pensamento de que São José agora é mais conhecido, mais amado e invocado em todo o mundo. Daí a minha confiança e a minha alegria, padre. Eu não verei mais, porém meus sucessores hão de ver o triunfo da igreja, esta Igreja da qual eu constituí São José o Patrono.

O grande Papa nunca deixou de invocar, até a morte, a doce proteção de São José. Incentivou em toda a Igreja esta devoção. Nas horas tormentosas do seu difícil pontificado, confiou a sorte da Igreja a Maria Imaculada e a São José. Foi, realmente, o Papa da Imaculada e de São José.

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