Este blog pertence à Comunidade São José (Centro), de Santa Cruz do Sul (RS). Pretende ser um instrumento de evangelização, promovendo um maior conhecimento da figura e da missão de São José e apresentando temas e reflexões sobre aquele a quem Deus “confiou a guarda dos seus tesouros mais preciosos”. Que o bom São José defenda a Santa Igreja de toda adversidade, ampare especialmente a nossa Comunidade e estenda sempre sobre cada um de nós o manto da sua poderosa intercessão!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

VIRGINDADE DE SÃO JOSÉ



12 DE MARÇO

VIRGINDADE DE SÃO JOSÉ -


ESPOSO DA VIRGEM DAS VIRGENS

O Esposo da Virgem das virgens e o Pai adotivo do Rei das virgens, o homem cuja missão foi mais bela que a dos anjos e o fez superior aos espíritos angélicos, como não seria virgem? Em vão a impiedade, a heresia e uma falsa tradição de alguns evangelhos apócrifos, procuram negar a virgindade perpétua de São José. A tradição teológica reprova estes erros e afirma com unanimidade impressionante o admirável privilégio do Santo Patriarca. É uma verdade teologicamente certa, da qual não é lícito nem sequer duvidar. É uma crença dos tempos mais remotos da Igreja. É um dogma de fé que Jesus nasceu de Maria Virgem por obra e graça do Espírito Santo. José foi virgem para ser Esposo predestinado da Virgem Mãe. Os Padres mais antigos da Igreja defendem com ardor a virgindade de São José. São Justino e OrígenesSanto Atanásio. É certo, diz este, que José e Maria guardavam perpétua continência (‘De Incarnat. Contra Appolin.’ Lib. I – n. 4). E São Jerônimo, combatendo o herege Helvídio que negava a virgindade de Maria, diz: Dizes que Maria não permaneceu virgem. Pois eu afirmo ainda mais: por Maria foi virgem também São José” (‘Adus. Helv.’ – n. 19). E Santo Agostinho“Guarda, ó José, com Maria a comum virgindade, para que sejas Pai de Cristo pela castidade e honra da virgindade” (‘Sermo’ 15 – ‘De Nativitate Domini’).

Jesus Cristo, amante das almas puras, nascido de uma Virgem que teve para lhe preparar os caminhos o Precursor virgemSão João Batista. O discípulo predileto foi virgem: São João Evangelista; Jesus, que amava a inocência das criancinhas, para esposo de sua Mãe Puríssima e Pai adotivo não havia de escolher um homem revestido da pureza dos anjos? A virgindade de São José foi inviolável, antes e depois do mistério da Encarnação. É doutrina certa, diz o Cardeal Lépicier (‘Tractatus de Sancto Joseph’ – P. II, art. 7, n. 6), e a opinião contrária é inteiramente errônea, falsa e ofende aos ouvidos pios.

São José fez voto de castidade, consagrou-se a Deus. Maria consagrou a Deus a sua virgindade e ao anjo responde não ser possível a sua Maternidade. Só se tranquiliza e diz sim, quando o Enviado Celeste lhe garante que havia de conceber pela virtude do Espírito Santo e seria Mãe permanecendo virgem. Ora, diz o Pe. Cantera, a prudência exigia da parte de Maria Santíssima que se não unisse em matrimônio a um homem cujos propósitos ignorava e de cuja fidelidade e pureza não tivesse sólidas garantias. Dado o amor de Maria pela virgindade a tal ponto, segundo muitos autores, que a preferia à própria Maternidade Divina, não teria aceito como esposo quem, como Ela, não estivesse obrigado pelo mesmo voto (‘San José nel plan divino’ – p. 409). Por revelação ou por outros meios, Nossa Senhora sabia dos propósitos de São José. Assim pensam Santo Tomás de Aquino e todos os teólogos. Por ser esposo de Maria, foi virgem São José. Se o Salvador, escreve Santo Tomás, na cruz antes de expirar, quis recomendar sua Mãe virgem a um discípulo virgem, como poderia suportar que o Esposo de Maria não fosse virgem também? (‘S. Thom., ‘In Epist. Ad Galat.’). José foi sombra do Pai Eterno, a sua imagem divina. Era mister pois uma virgindade excelsa, mais que angélica, para merecer tão grande honra. O mistério da Encarnação o exige. Tudo, em torno dele, há de ser puro e santo. O pai adotivo do Rei das virgens havia de ser virgem.


PAI DO REI DAS VIRGENS

Uma Paternidade virginal e única. Na Antiga Lei, que respeito e que pureza o Senhor exigia dos seus Sacerdotes e Levitas para o serviço do Templo, quantas abluções e purificações! E era o altar dos sacrifícios apenas a figura do Salvador do mundo, da Vítima Divina da Redenção. Pois ao vir à terra, o Filho de Deus Pai nasceu de Mãe virgem, pois era o Rei das virgens e amante da castidade: Rex virginum et amator castitatis.

Aquele que mereceu a honra de ser chamado Pai de Jesus, não havia de ser virgem para tratar e viver na intimidade do Rei das virgens? O título de Pai de Jesus, merecido por São José, supõe a virgindade perpétua e eminente do Santo Patriarca. Afirmar o contrário, seria verdadeira injúria blasfemativa. Creio, diz São Bernardino de Senaque José foi puríssimo em virgindade, profundíssimo em humildade, ardentíssimo no amor de Deus, altíssimo na contemplação, solícito esposo da Virgem (‘Serm. S. Joseph’ – 2, ‘Suma Josefina’, c. IX).

José, diz o Cardeal Vives, em sua Summa Josephina, mereceu a honra, a nobreza conveniente à paternidade divina. Ora, entre estas condições está a virgindade. O Pai Eterno, a Pureza em essência não podia confiar a guarda de seu Filho, senão a um Pai virgem na terra. José é pai putativo, genealógico, jurídico, legal, adotivo, nutrício, virginal, afetivo e de ofício, do Filho de Deus encarnado. Só por estes títulos podemos ver a sua grandeza. Nenhuma criatura, diz o Pe. Sauvé (‘Saint Joseph intime’), foi tão honrada por Deus, depois de Maria. Só vós, ó São José, merecestes a honra de ser o Pai jurídico e genealógico de Jesus. Só vós, por vosso matrimônio com Maria, possuístes como propriedade vossa a Maria, a Virgem das virgens, e Jesus, o Rei das virgens. Hoje, em que o mundo se chafurda na lama da impureza e o escândalo arrebata as almas e campeia desenfreado, ó como devemos recorrer a São José, imitar a São José e lhe suplicarmos de todo coração a graça da pureza! Protegei, ó Esposo castíssimo da Virgem e Pai do Rei da virgens, a infância e a mocidade!


EXEMPLO

São José protege os neocomungantes

Havia na Itália um grande missionário, que se dedicava especialmente à preparação das crianças para a primeira comunhão. Para este ato solene e decisivo na vida cristã, o grande apóstolo se entregava com imenso zelo e ardor de seu coração na formação das crianças. O bom Pe. Leonardo não podia pregar numa primeira comunhão sem derramar lágrimas de comoção profunda.

Perguntaram-lhe por que se comovia tanto.

- Ó, é muito bela uma primeira comunhão! Todavia, o que me faz chorar é ver como hoje se preparam tão mal as crianças para este grande dia. Preparam Calvários para Jesus Cristo! Nada mais comum que as primeiras comunhões sacrílegas. Tenho já longa experiência. Muitos meninos ocultam pecados nas confissões e outros não sabem o que vão receber! Há muita primeira comunhão sacrílega! Isso é para me fazer chorar de amargura! Pobres crianças!

O diretor de um colégio, onde fora pregar Frei Leonardo, resolveu preparar seus alunos neocomungantes com uma fervorosa novena a São José. Reuniu todos os alunos e lhes falou: “Meus filhos, vamos nos preparar para um grande dia neste colégio: o da primeira comunhão. Recorramos a São José e lhe peçamos, numa fervorosa novena, a graça de evitarmos que os nossos neocomungantes cometam um sacrilégio e que, entre eles, não apareça um Judas”. No último dia da novena, véspera da primeira comunhão, um menino veio procurar um sacerdote confessor e, chorando, lhe disse:

- Meu bom padre, não pude dormir esta noite. Parecia-me ver São José a cada instante e uma voz me repetia: “Vai te confessar, porque tua alma está cheia de pecados. Queres morrer como Judas? Confessa teus pecados de impureza, que ocultaste nas confissões!”. Aqui estou, meu padre, e quero reparar os enormes sacrilégios que cometi. São José meu salvou!

Confessou-se, arrependido sinceramente, e tornou-se um modelo de piedade no colégio.


A primeira comunhão assim preparada, sob a proteção e bênçãos de São José, foi edificante e consoladora.

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