Este blog pertence à Comunidade São José (Centro), de Santa Cruz do Sul (RS). Pretende ser um instrumento de evangelização, promovendo um maior conhecimento da figura e da missão de São José e apresentando temas e reflexões sobre aquele a quem Deus “confiou a guarda dos seus tesouros mais preciosos”. Que o bom São José defenda a Santa Igreja de toda adversidade, ampare especialmente a nossa Comunidade e estenda sempre sobre cada um de nós o manto da sua poderosa intercessão!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

SÃO JOSÉ E A VIDA INTERIOR



26 DE MARÇO

- SÃO JOSÉ E A VIDA INTERIOR -


MESTRE DA VIDA INTERIOR

A vida interior é esta doce intimidade com Jesus Cristo, o recolhimento de espírito, a vigilância contínua sobre si mesmo, esta vida divina em que a alma procura fugir do pecado e das agitações loucas do mundo para se ocupar das coisas eternar, pensar nas verdades de fé, caminhar nas vias da perfeição, e esta consiste em sua essência no amor de Deus e do próximo. Ora, não foram estas as disposições habituais da alma de São José? Quem conhece melhor e mais profundamente o Coração de Jesus? Diz o grande apóstolo josefino São Bernardino de Sena: São José teve, no mais alto grau, o dom da contemplação. O Santo Patriarca recebeu mais do que todos os santos graças inefáveis do céu e as riquezas ocultas do adorável Mistério da Encarnação. Sua vida se passou em contínua oração, na intimidade de Jesus, no serviço de Jesus, sofrendo, amando e trabalhando com Jesus, em Jesus e por Jesus. Houve porventura, depois de Maria, maior intimidade de uma criatura com seu Criador? Que amor abrasado de serafim não ardia no coração de José! A fé viva e ardente que o levava a contemplar, na forma humana, a segunda Pessoa da Trindade Santíssima. Crer que ali estava sob seu governo em Nazaré, durante longos anos, o próprio Deus! Quantas luzes do céu não teve José da contemplação desse mistério!

Um só abraço de Jesus, um só gesto de amor de Jesus por seu Pai adotivo, era suficiente, diz Graciano, para elevar uma alma ao mais alto grau da contemplação. E qual não foi então a vida interior do Santo Patriarca, a beleza da sua união divina, em trinta anos de silêncio, oração, trabalho e sofrimento? Nunca podemos imaginar um santo que tenha recebido maior privilégio de Deus e tenha possuído melhor a Jesus.

Se São Paulo pode dizer “Vivo já não eu, vive em mim Cristo”, o que não seria a vida de São José! Basta-nos ler o Evangelho e facilmente concluímos: Não pode existir, depois de Maria, alma de vida interior mais profunda que São José.


ESCOLA DE SANTIDADE

Grandes santos aprenderam na escola de Nazaré a ciência do amor de Jesus e os segredos da vida interior. Santa Teresa, a grande Mestra da oração e da vida contemplativa, cuja doutrina hoje ainda leva tantas almas às alturas da mais íntima união com Deus, a grande Matriarca disse ter aprendido os segredos da sua vida interior na devoção a São José.

Observou a santa como as almas devotas do Santo Esposo de Maria progridem rapidamente nas vias da santidade e chegam venturosos e enriquecidos de graças à hora da morte.

De todas as almas que se dirigem sempre a São José, diz ainda Santa Teresa, eu não conheço uma só que não tenha feito rápidos progressos na perfeição.

Sim, nada tão próprio para afervorar as almas que uma verdadeira devoção a São José. É um dos meios eficazes para progredir na virtude. Tem-se visto almas simples, humildes e ignorantes, atingirem a um grau elevado de santidade e chegarem a uma tão alta compreensão das vias espirituais.

E são almas devotas do Santo Patriarca, almas afervoradas na escola de Nazaré. Esta espiritualidade simples, feita toda de humildade e silêncio, sem brilho, bem oculta, bem comum na aparência, foi o encanto de Santa Teresa do Menino Jesus. A Pequena Via da Infância Espiritual, da qual a Santinha de Lisieux se fez o arauto e a doutora, ela o disse, aprendeu na contemplação da vida oculta da santa casa de Nazaré. Para ser santo não é mister fazer milagres estupendos, nem abalar o mundo com prodígios. Basta imitar os dois grandes exemplos que Nosso Senhor nos deixou: Maria e José. Houve almas mais santas e puras, almas que mais tivessem aprofundados os segredos do Rei dos reis? E no entanto como foram simples, e que vida aparentemente tão comum! Esta é a escola de espiritualidade de São José. A mais segura, porque nela não pode haver ilusões: a mais bela, porque foi a trilhada pela criatura mais perfeita saída das mãos de Deus, Maria, e a mais de acordo com a nossa fraqueza e nossa capacidade. Peçamos ao Santo Esposo de Maria a graça de nossa santificação, a ele, que chegou tão alto nas vias da santidade e é o mais santo dentre os santos, tendo sido na terra o mais humilde e simples dentre os homens.


EXEMPLO

- Na escola de São José -

O piedoso e douto Pe. Surin, mestre admirável de espiritualidade, conta o seguinte fato que se deu com ele: “Partia eu de Rouen, escreve, e no mesmo carro ia comigo um moço de cerca de dezoito anos mais ou menos, e sem nenhuma instrução. Era um empregado doméstico há muitos anos e nem sequer sabia ler e escrever. Qual não foi a minha admiração ao conversar com ele e percebe r como entendia maravilhosamente das coisas espirituais! Falava da vida interior, da união com Deus, com muita clareza e bom senso, com segurança doutrinária; dizia coisas tão belas, que me enchiam o coração de fervor, e nunca ouvi alguém falar assim. Percebi que ele vivia numa oração contínua. Interroguei-o sob vários assuntos da vida espiritual, e me respondia tão bem, com singeleza e piedade. Não podia compreender onde havia aprendido tanta coisa sem um livro, sem um diretor espiritual.

- Ó meu bom padre, diz o moço, há mais de seis anos me coloquei sob a especial proteção de São José por inspiração de Nosso Senhor. São Jose é meu pai e meu mestre. Penso sempre nele e a ele me recomendo. Minha ciência vem do Pai Adotivo de Jesus Cristo!”.

O Pe. Surin foi um dos apóstolos do culto de São José e dizia que a ciência de Santa Teresa nos domínios da espiritualidade foi haurido nesta fonte de vida interior que é a devoção a São José, na qual tanto se distinguia a Matriarca do Carmelo.

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