Este blog pertence à Comunidade São José (Centro), de Santa Cruz do Sul (RS). Pretende ser um instrumento de evangelização, promovendo um maior conhecimento da figura e da missão de São José e apresentando temas e reflexões sobre aquele a quem Deus “confiou a guarda dos seus tesouros mais preciosos”. Que o bom São José defenda a Santa Igreja de toda adversidade, ampare especialmente a nossa Comunidade e estenda sempre sobre cada um de nós o manto da sua poderosa intercessão!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O PATROCÍNIO DE SÃO JOSÉ



15 DE MARÇO

O PATROCÍNIO DE SÃO JOSÉ -


DIREITOS DE PROTETOR

De três fontes nasce o direito de protetor entre os povos: da posse, do poder e da aclamação popular. Se estudarmos esses três títulos, comenta o erudito filho de São Claret, Pe. Antônio Diaz de Castro (‘El Patronato de San José’), acharemos todos em São José e lhe compete um direito indiscutível ao protetorado da Igreja.

A santa casa de Nazaré, no dizer de Leão XIII (‘Quamquam pluries’), que era governada e dirigida por São José, com o direito de Pai e Esposo, continha a gênesis, os princípios da Igreja nascente. Aí estava o berço da Igreja. Não era o Santo Patriarca o chefe, a cabeça da Santa Família? Os direitos que teve sobre Jesus em Nazaré o tem sobre Jesus continuado e vivo através dos séculos na sua Igreja. Se Jesus o chamava Pai e se sujeitava às suas ordens, a Igreja também o chama Pai e Protetor. Teve Ele sobre Maria os direitos de Esposo e sobre Jesus os direitos de Pai. Donde, conclui o sábio Pontífice Bento XIV, o simples título de Pai Putativo de Jesus bastaria à Igreja para que o chamasse seu Pai e implorasse a sua proteção como Patrono Universal (Sauvé – cit. ‘Saint Joseph...’ – 7ª Elev.). O Senhor o fez dono da sua casa e príncipe de suas possessões – Constituit eum dominum domus suae et principem omnis possessionis suae. É assim que nos referimos a São José nas orações litúrgicas. Da casa de José, diz o Pe. Granada (‘Oración y Meditación’), Deus ordenou que saísse a luz, a esperança, a saúde e o remédio de todos os séculos. José é verdadeiramente o senhor de tudo quanto pertence a Jesus e Maria. Tem, pois, o direito de posse sobre a Igreja, obra grandiosa e admirável do Redentor. Jesus é o Fundador e Cabeça da Igreja. São José não foi chamado Pai, não foi o protetor e o sustentáculo de Jesus na terra? Ao direito de posse segue o poder de São José. É incontestável o poder do Santo Patriarca no céu e na terra. E, finalmente, a aclamação popular confere a São José o direito de Protetor da Igreja Universal. Essa aclamação começa no século XII, foi crescendo de século em século até àquela súplica de todo o orbe católico a Roma pedindo fervorosamente a proclamação solene do Santo Patriarca como Padroeiro da Igreja Universal e culminando com a solene Declaração, para sempre memorável, de Pio IX em 8 de Dezembro de 1870.


A PROCLAMAÇÃO DA IGREJA

Um documento eloquentíssimo e edificante é o da Súplica dos Postuladores do Patrocínio universal de São José.

Eis a fórmula expressiva do belo Postulatum: “Ninguém ignora que o Bem-aventurado São José foi escolhido por uma providência especialíssima de Deus, entre os demais homens, para ser Esposo da Virgem Mãe de Deus e Pai do Verbo Encarnado, não por geração, mas por caridade, pela adoção e pelo direito matrimonial. Assim, não só lemos que se chamou Pai de Cristo em muitas passagens do Evangelho, não só por Maria como por Jesus Cristo Nosso Senhor também, que durante os dias de vida mortal dignou-se estar a ele sujeito como a Seu Pai. Os bispos que subscrevem a este, considerando essas coisas e sabendo ao mesmo tempo que desde época imemorial existe em todo o universo um desejo ardente de ver crescer, enquanto seja justo, o culto público a São José, pedem com ardentes súplicas ao Santíssimo Concílio Ecumênico que, animado por votos tão numerosos e ardentes, use de sua autoridade para decretar: - Primeiro: que tendo sido o Bem-aventurado São José colocado, na sua qualidade de Pai de Cristo, acima de todas as criaturas e recebido um nome e herança superior a estas, a Sagrada Congregação dos Ritos lhe tribute, para toda a Igreja e em toda a Liturgia, o culto de dulia inferior à bendita Mãe de Deus e superior ao de todos os demais santos. Segundo: que o mesmo São José, a quem foi confiada a Sagrada Família, seja declarado, depois da Virgem Bendita, o Patrono da Igreja universal”.

A súplica fora atendida pelo Santo Padre. Em 8 de Dezembro de 1870, numa hora difícil e de terríveis provações para a Igreja, Pio IX proclama em Roma, solenemente, o Patrocínio Universal de São José. O decreto, depois de lembrar o triunfo e o poder de José do Egito, proclamado príncipe do reino de Faraó e os títulos de Pai adotivo de Jesus e Esposo de Maria, declara finalmente: “Comovido nosso Santo Padre Pio IX, pelos recentes acontecimentos lamentáveis, determinou ouvir as súplicas, aspirações e desejos dos bispos para que confiem todos os fieis ao Patrocínio de São José. E assim, solenemente, declara Patrono da Igreja Católica a São José”.

Em todas as basílicas de Roma os sinos anunciaram a glória de São José naquele momento soleníssimo. E em todo o orbe católico uma onda de alegria invadiu os corações dos devotos de São José. Desde então a Igreja nunca deixou de recorrer ao seu Pai e Protetor em todas as horas mais difíceis que atravessou e atravessa nestes tristes dias.


EXEMPLO

São José e o fundador das Escolas Cristãs

São João Batista de La Salle, o fundador dos Irmãos das Escolas Cristãs, se distinguiu por uma grande devoção a São José. Recomendava encarecidamente aos seus filhos espirituais que nunca deixassem de homenagear a São José, cada dia em todas as casas do Instituto por ele fundado. Haviam de recitar quotidianamente, com fervor, as ladainhas de São José. Na última enfermidade o santo fundador, preso ao leito de dores, sentia uma grande tristeza por ver que se aproximava a festa do seu Santo Patrono e não poderia celebrar a santa missa. Desejava tanto esta graça, mas não ousava pedi-la, com receio de faltar à perfeita conformidade com a vontade de Deus na doença. Todavia, no dia 18 de Março, pelas dez horas da noite, sentiu de repente que lhe voltavam as forças. Imaginou ser uma ilusão, um sonho, e não o disse a ninguém. No dia seguinte, grande festa do Santo Patriarca, sentiu as mesmas boas disposições da véspera. Experimentou levantar-se, e o fez com facilidade e rapidez. No auge da alegria preparou-se com todo fervor para a santa missa e a celebrou com um recolhimento e uma piedade impressionantes. Julgaram todos os Irmãos que São José lhe havia restituído a completa saúde. Depois de haver celebrado o santo sacrifício como um homem robusto e sadio, e dado fervorosa ação de graças, sentiu-se desfalecer.


Todos os sintomas da moléstia reapareceram. A graça estava alcançada. A última santa missa celebrada fora no dia 19 de Março. Poucos dias depois o santo expirou, juntando piedosamente as mãos e lançando um olhar cheio de amor e de confiança à imagem de São José.

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