- SÃO JOSÉ, PATRONO E MODELO DOS OPERÁRIOS -
MODELO DOS OPERÁRIOS
Operário e modelo dos operários. Foi pobre e humilde carpinteiro. Não é Ele o filho do carpinteiro? perguntam os judeus ao verem Jesus a fazer tantos prodígios. Viveu José na oficina. Teve as mãos calejadas no rude labor. Sustentou a Família Sagrada com o suor da sua fronte. A arte cristã representa, numa variedade admirável de telas e esculturas, o Santo Patriarca no trabalho. Viveu na luta e no sacrifício do operário pobre, desprotegido e sofredor. Nenhum operário, no entanto, teve como José uma honra: trabalhar, para sustentar com o suor de sua fronte, Aquele que de ninguém tem necessidade e no entanto quis ter forme, quis sofrer como pobre para ser alimentado e vestido e sustentado por São José, seu Pai nutrício. A esmola e todas as obras de misericórdia são meritórias, por Jesus Cristo como que se encarna no pobre, numa eucaristia de caridade, para dizer: “A Mim o fizeste”. Socorremos o pobre, mas o pobre é Jesus aos olhos de nossa fé. Lá, na santa casa de Nazaré, se realizava à letra o que disse Nosso Senhor: Tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber. Deus teve fome, teve sede, e quem o socorreu e sustentou foi São José! Eis porque o trabalho do Santo Patriarca já teve o mais nobre fim, o mais elevado, o mais santo que já houve na terra. Houve mais perfeito modelo de operário?
Exemplar opificum – modelo de operário, é como o invocamos nas ladainhas. Adão pecou e ouviu a sentença: “Comerás o pão com o suor do teu rosto”. O trabalho veio ao mundo como consequência, ou melhor, como penitência do pecado. Nosso Divino Redentor veio para nos salvar, e criando a Santa Família de Nazaré para modelo da humanidade redimida, santificou, dignificou, divinizou o trabalho, fazendo-se operário na oficina de São José! “Nada de nobre e digno pode vir de uma oficina operária”, diziam os romanos enfatuados, pela boca de Cícero. O trabalho era de escravos, desprezado e humilhante. A oficina pobre de José, o carpinteiro santíssimo, e do operário divino, Jesus Cristo, aquela oficina trouxe uma renovação do mundo pela dignificação do trabalho e do operário cristão.
PATRONO DOS OPERÁRIOS
Leão XIII, o Papa dos operários e das luminosas Encíclicas sociais, e sobretudo da Rerum Novarum, apresenta-nos São José como Patrono de todas as condições da vida humana, de todas as idades e estados de vida, mas principalmente como Patrono dos operários. Na verdade, diz o grande Pontífice, há razão para que todos, seja qual for a sua condição e lugar, se ponham sob a proteção do Bem-aventurado José, confiem nele e a ele se recomendem. Porque têm os pais de família, em José, a mais excelente norma da vigilância e providências paternais; têm os esposos um modelo de amor e fidelidade conjugais; têm as virgens um exemplar e um protetor da virgindade. Os que nasceram em berços da nobreza e sentiram os golpes rudes da adversidade da fortuna, vejam em São José a imagem da grandeza d’alma com que devem ficar. Compreendam os ricos quais são os bens que hão de procurar e buscar com todas as forças. Porém os proletários, os operários, quantos vivem deserdados, devem, de modo singular e com direito próprio, recorrer a José e tomar dele o que hão de imitar (Leão XIII – ‘Quamquam pluries’).
Outro Papa, Bento XV, assim fala: “Para que os operários, e todos quantos ganham o seu sustento no trabalho, se conservem imunes do contágio do socialismo, a todos propomos encarecidamente a São José como modelo a quem devem imitar, e como Patrono a quem devem venerar” (Motu próprio de 25 de Julho de 1920). É a voz da Igreja, a voz de Cristo Nosso Senhor a nos indicar o Patrono das classes laboriosas e o modelo a imitar.
Nos últimos tempos, nestes dias trágicos em que o comunismo tira as últimas consequências de suas nefastas teorias e tenta avassalar o mundo, ainda um Papa, S. S. Pio XI, de saudosa memória, veio nos dizer quais os perigos, e entre os remédios contra o mal aponta-nos o exemplo e a devoção a São José. Para assegurar a paz de Cristo no reino de Cristo, diz o papa (‘Divini Redemptoris’), colocamos a grande ação da Igreja Católica contra o comunismo ateu mundial sob a proteção do poderoso Protetor da Igreja, São José. Pertenceu ele à classe operária e sentiu o peso da pobreza em si e na Família Sagrada, da qual era o Chefe solícito e abnegado. A São José foi confiado o Deus-Menino, quando Herodes enviou sicários para o matar. Com uma vida de fielíssimo cumprimento do dever quotidiano, deixou um exemplo de vida a todos. Deixou um exemplo de vida a todos que ganham o pão com o trabalho de suas mãos.
EXEMPLO
O velho José
As Irmãzinhas dos Pobres fundaram, em Barcelona, a sua primeira casa na Espanha. Num casarão pobre estabeleceram um Asilo de Velhos. A princípio recebiam só mulheres. Um dia, lhes aparece um velho em andrajos, trêmulo, em estado de extrema miséria. Pedia um abrigo. De há muito vagava pelas ruas, sem teto e sem pão. Com cerca de oitenta anos, o infeliz só esperava a morte num recanto onde pudesse se abrigar.
- Não há lugar aqui, diz-lhe a Madre Superiora; só recebemos mulheres. Como se chama?
- Meu nome é José.
- José! José! Murmura a boa Madre, e toma logo uma resolução; pois receberei o velho, custe-me os maiores sacrifícios. Seja tudo por amor de São José. Como hei de abandonar um miserável que traz o nome de nosso Santo Patrono? E dá ordem a uma das Irmãs:
- Minha Irmã, saia já e compre roupa e o necessário para este velhinho.
Imediatamente soa a campainha da portaria. Entregam um pacote enorme. Abrem-no. É um terno de roupa nova para homem e muitas outras peças necessárias de vestuário, cama, etc. O bom velhinho sorria, feliz. E nunca mais São José deixou faltar coisa alguma no Asilo. Dentro em breve levantam o pavilhão dos homens e a Instituição se torna uma das maiores e mais famosas.
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