Este blog pertence à Comunidade São José (Centro), de Santa Cruz do Sul (RS). Pretende ser um instrumento de evangelização, promovendo um maior conhecimento da figura e da missão de São José e apresentando temas e reflexões sobre aquele a quem Deus “confiou a guarda dos seus tesouros mais preciosos”. Que o bom São José defenda a Santa Igreja de toda adversidade, ampare especialmente a nossa Comunidade e estenda sempre sobre cada um de nós o manto da sua poderosa intercessão!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

SÃO JOSÉ NO TEMPLO



7 DE MARÇO

SÃO JOSÉ NO TEMPLO -


APRESENTAÇÃO

A Lei de Moisés ordenava que, quarenta dias após o parto, as mães se apresentassem no Templo para a sua purificação e fizessem a oferenda prescrita que era um cordeiro e uma pomba, se os pais eram ricos, ou então um casal de pombos ou rolas, se eram pobres. Esta oferenda era, a um tempo, sacrifício e holocausto. Sacrifício em expiação do pecado contraído pela geração da prole, e holocausto de consagração que se fazia do filho a Deus. Se a criança era um primogênito, e filho de Levita, ficava no templo para o serviço do culto, e se não era levita, deveria ser resgatado pelo preço de cinco ciclos. Esta lei dos primogênitos lembrava a morte que Deus enviara a todos os primogênitos do Egito, para libertar o povo de Israel da tirania do cativeiro de Faraó. Jesus não estava obrigado à circuncisão e nem estava Maria à Lei da Purificação. Veio o Salvador ao mundo pela Virgindade Maternal de Nossa Senhora, que não experimentou nem as dores nem as misérias das outras mães. Quis obedecer a Mãe de Deus. Ouçamos o Evangelho. Não há melhor intérprete do que se passou no Templo de Jerusalém.

As circunstâncias da Apresentação no Templo nos mostram, naquelas cenas tocantes, como estaria a alma de São José. Inundada de consolações e transpassada de dor. Foi um mistério de alegria e de dor. Simeão toma nos braços o Menino e vê realizado o que desejou ardentemente ver: a Redenção de Israel. É a imagem do Sacerdote da Nova Lei. O primeiro Ministro do Altar que recebe nas mãos o Filho de Maria. Depois da bênção, do cântico de alegria do Nunc Dimittis, a profecia dolorosa: Este Menino é destinado para a ruína e para a ressurreição de muitos em Israel, será alvo de contradição e uma espada de dor há de atravessar a tua alma.

Não se pode compreender a dolorosa e profunda impressão causada na alma de São José ao contemplar sua Castíssima Esposa naquela hora. Parecia já contemplar o quadro horroroso do Calvário, ver o Sangue de Jesus e as lágrimas de Maria. É certo que compreendeu toda a profecia e a via cumprida desde então. A presença tão amável do Menino Jesus, o doce convívio de Maria ainda tornavam mais amarga a lembrança do que se havia de cumprir. Toda a vida de José, desde aquela hora, foi um misto de felicidade e amargura. O mais feliz dos pais e de todos os esposos. A paz e o encanto da Sagrada Família não se podem imaginar e nunca houve maiores na terra. Porém, conhecer o futuro de sua Esposa ao pé da cruz e saber que os encantos adoráveis do seu Filho Adotivo seria transformados como um verme dilacerado pelos açoites e coberto de chagas numa cruz no Calvário! Ego sum vermis et non homo - “Eu estou como um verme e não homem”, dissera o Profeta de Jesus. José tinha diante de si este quadro ao ter nos braços seu Filho querido, e ao contemplar Maria, via-a transpassada pela espada cruel. São José teve, realmente, uma parte bem grande no mistério da Redenção.

O Mistério da Apresentação o consagrou também vítima com Jesus e Maria pelos nossos pecados. O Santo Patriarca é nosso Protetor seguro nas aflições desta vida terrena. Viu ele as primeiras gotas de sangue da nossa redenção, no Templo, na cerimônia da circuncisão: ouviu a profecia da espada de dor do Coração de Maria. Sofreu por nós, realmente, e pela redenção e salvação nossa. Qual não há de ser o poder da intercessão de São José junto de Jesus e Maria, para nos alcançar o perdão de nossos pecados e a misericórdia do Filho de Deus e da Mãe de Deus, refúgio dos pecadores!


A PURIFICAÇÃO

E terminados os dias da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor. Conforme está escrito na lei do Senhor: Todo o primogênito de sexo masculino será consagrado ao Senhor; e para oferecerem em sacrifício, conforme está ordenado na lei do Senhor, um casal de rolas ou dois pombinhos. E eis que havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, e este homem, justo e timorato, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele.

E recebera resposta do Espírito Santo, que ele não veria a morte sem ver primeiro o Cristo do Senhor.

E veio pelo Espírito Santo ao Templo, e quando os pais levaram o Menino Jesus, para fazerem por Ele, segundo o costume da lei, ele O tomou em seus braços, louvou a Deus e disse: Agora, Senhor, despede o teu servo em paz, segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram o Salvador que preparastes diante de todos os povos, Luz para revelação aos gentios e glória do teu povo de Israel. E seu Pai e sua Mãe estavam admirados daquelas coisas que se diziam dEle. E Simeão os abençoou e disse a Maria, sua Mãe: Eis que Este está posto para ruína e para ressurreição de muitos em Israel, e para ser o sinal a que contradirão; e uma espada transpassará a tua própria alma, a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações.

E havia uma Profetiza chamada Ana, filha de Samuel, da tribo de Aser; esta era já de idade avançada e tinha vivido sete anos com seu marido, desde a sua virgindade. E esta viúva, com oitenta e quatro anos, não se afastava do Templo, servindo a Deus dia e noite, em jejuns e orações. E ela, chegando nesta mesma hora, louvava ao Senhor e falava dEle a todos os que esperavam a redenção de Israel. E depois que cumpriram tudo segundo a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para sua casa de Nazaré.


Exemplo

São José salva uma agonizante

Uma jovem de vinte e sete anos cai enferma, em estado grave, com uma tuberculose que a levava à sepultura, consumindo-a dia a dia. Recebera outrora, esta moça, boa educação religiosa, e até a idade de dezoito anos fora bem fiel à prática dos sacramentos. Depois, as más leituras e más companhias a arrastam a uma vida mundana e perdera a fé. No estado lastimoso em que se achava, rejeitava todo conforto espiritual. O mal fazia-lhe rápido progresso no organismo. Estava às portas da morte.

Alguém lhe falou em sacramentos.

- Não e não! É inútil falar-me nisso. Não tenho fé, não me confesso, e se Deus existe, há de ter misericórdia de mim!

Algumas pessoas amigas e os parentes da infeliz tuberculosa lembraram-se do poder de São José, e começaram, todos, uma novena ao Patrono dos agonizantes.

No segundo dia da novena falaram à doente se desejava a visita de um sacerdote.

- Não me falem em padre! Deixem-me sossegada. Não tenho fé! Retirem-se! replica, toda indignada.

A novena continua e a enferma parecia ainda mais obstinada que antes. Uma jovem piedosa, da família, exclama:

- É inútil! São José, desta vez, não nos quer ouvir. Ela morre sem sacramentos!

- Não fales assim, diz uma amiga; é falta de confiança. Pois já que entregamos a São José esta pobre alma, fiquemos tranquilas. Prometi ao santo uma novena de ação de graças e tenho certeza que ele me ouvirá!

Quarto, quinto, sexto dia da novena. A doente sempre pior de corpo e de alma.

No sexto dia a enfermeira não se conteve. Foi à capela queixar-se a São José: Ó meu santo protetor, por que ficar surdo a tanta oração? A doente agoniza e está cada vez pior. Como dizem que quem recorre a São José sempre é atendido! Como Santa Teresa nos garante o poder e a eficácia da proteção vossa, meu grande santo, em todas as aflições? Pois não se trata de uma alma?.

E as lágrimas lhe corriam pela face, numa queixa dolorosa.

Não havia terminado a queixa, quando a enferma chama-a e lhe diz, ofegante: “Sinto-me muito mal, muito mesmo... Mande chamar o padre...”.

Veio logo o sacerdote. Confessou-se com grandes sinais de dor e recebeu piedosamente o Viático. Sentiu voltar em sua pobre alma toda aquela vida de outrora. Expirou resignada e contente, a invocar os nomes benditos de Jesus, Maria e José.
(Millot – “Thesor d’histoires”).

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