Este blog pertence à Comunidade São José (Centro), de Santa Cruz do Sul (RS). Pretende ser um instrumento de evangelização, promovendo um maior conhecimento da figura e da missão de São José e apresentando temas e reflexões sobre aquele a quem Deus “confiou a guarda dos seus tesouros mais preciosos”. Que o bom São José defenda a Santa Igreja de toda adversidade, ampare especialmente a nossa Comunidade e estenda sempre sobre cada um de nós o manto da sua poderosa intercessão!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

SÃO JOSÉ E A FAMÍLIA



16 DE MARÇO

SÃO JOSÉ E A FAMÍLIA -


A SAGRADA FAMÍLIA

A família santa de Nazaré é um modelo perfeito, o mais belo, o mais sublime de toda família cristã. O Verbo Encarnado quis viver no seio de uma família para dar exemplo e regenerar a família humana. Um Pai, São José; Mãe, a Virgem Maria, e um Filho – o próprio Filho do Eterno Pai, Deus Humanado – Jesus Cristo!

Houve na terra família mais ilustre e nobre, mais santa e mais perfeita?

Em Nazaré estavam o tronco, o germe, a lei, a norma, a perfeição da família cristã.

E Jesus, que pregou durante três anos apenas, quis permanecer oculto, obediente na vida de família trinta anos completos! Deus quis dar ao gênero humano um só tronco, uma só origem comum para a propagação da espécie humana. Quis também um tronco único para a propagação da graça restauradora. A família do paraíso pecou e trouxe a ruína do gênero humano. A família santa de Nazaré trouxe a salvação e a graça ao mundo. Que glória a do Santo Patriarca! Chefe da Sagrada Família!

Não nos admiremos do silêncio do Evangelho sobre São José. Bastam as poucas palavras e as prerrogativas que o Livro Sagrado confere ao grande santo. Deus o chamou de pai e Maria de esposo. No seio desta família, a mais santa da terra, foi ele o Chefe obedecido e amado. E o céu lhe reconhece o direito sagrado de Chefe. A ele se dirige o anjo para revelar o segredo do mistério da Encarnação e que não tema receber Maria como esposa; a ele fala o anjo da perseguição de Herodes e ordena a fuga para o Egito. Enfim, Deus trata a José sempre como Chefe da Família Sagrada. Maria lhe presta toda reverência, como Esposa fidelíssima e humilde, e Jesus sempre obediente – et erat subditus illisHumildade sem exemplo, diz São Bernardoé que um Deus obedeça a um homem, mas ver que um homem mande em Deus, é uma glória sem par.

Era mister que esse homem fosse bem puro e bem santo, para merecer tamanha glória. Deus, diz um autor, não pode fazer nada maior que a Mãe de Deus. Majorem quam Mariam Dei non potest facere Deus. Podemos também dizer em certo sentido: Majorem quam patrem Dei non potest facere Deus. Deus não pode fazer nada maior que o Pai de um Filho que é Deus. Eis o lugar privilegiado de José na Sagrada Família.


A FAMÍLIA MODELO

A casa santa de Nazaré um recanto de silêncio, de humildade e doce paz. Único lugar da terra onde Jesus viveu só entre corações que o amavam como no paraíso. Trinta anos de sofrimentos, mas sempre unidos e partilhando as mesmas dores, a pobreza, as perseguições, as amarguras da vida de uma família operária, Jesus, Maria e José! Juntos oravam, juntos trabalhavam, juntos sofriam. Que doce intimidade a de Nazaré! Lá reinavam o silêncio e o mais profundo recolhimento, sem prejuízo dos suaves entretenimentos entre os Pais e o Filho divino. Se Zaqueu se santificou por ter permanecido uns instantes em companhia de Jesus, se os Apóstolos tornaram-se mestres e doutores da Nova Lei pela intimidade com Jesus, como não terá recebido José dons e graças privilegiadas do céu na intimidade da Sagrada Família?

Maria foi para São José aquela mulher forte de que fala a Escritura. Modelo de Esposa e de Mãe. Jesus, o próprio Deus, obediente ao seu Pai Adotivo.

O lar de Nazaré tornou-se o espelho dos lares cristãos. Os pais de família, disse Leão XIII na Encíclica ‘Quamquam pluries’, encontram em São José a mais bela personificação da vigilância e solicitude paternais; os esposos um perfeito exemplo de amor, de união, de fidelidade conjugal. As virgens têm nele o protetor da integridade virginal. É o lar espelho de todos os lares cristãos e a família ideal o modelo de todas as famílias cristãs.

Felizes as famílias onde São José, pela devoção que lhe consagram, reina, governa como Chefe e Protetor! A família moderna, tão abalada pelos furacões da impiedade e, mais ainda, pelo indiferentismo religioso e este paganismo de costumes, família desunida e sem paz, como precisa da proteção de São José! Por que, pergunta Mons. Gibier, tão facilmente se dispersam os membros da família? Porque estão justapostos e não unidos.

É bem verdade. Eis porque a devoção a São José é uma necessidade hoje no seio da família, para que a proteja e una toda junto de Jesus e Maria. Esta é a obra de São José. Que as famílias cristãs sigam o conselho de Leão XIII: olhem e imitem a família modelo de Nazaré.


EXEMPLO

A imagem de São José

Em Auteil, na França, dois pedreiros se entregavam ao duro trabalho de abrir os alicerces de uma nova casa entre as ruínas de velho edifício, cujos entulhos afastavam.

De repente um deles encontra, em meio de um entulho de pedras e madeiras, uma bela imagem de São José.

- Então você achou aí um santo? Vai ficar devoto e carola, companheiro? diz o amigo, a zombar.

E propôs se quebrasse a imagem e a enterrassem ali mesmo.

- Não, isso não faço! Vou guardá-la. Eu não sou devoto. De há muito nem piso mesmo na igreja. Entretanto, respeito as coisas de Deus. Quebrar esta imagem me parece que há de atrair muita desgraça sobre nós. Não acha?

- Pode ser... então você levará o santo!

Passaram-se alguns anos.

O velho pedreiro caiu gravemente enfermo. Lá estava em sua casa de pobre, em uma mesinha tosca, a imagem de São José, sempre com flores, e diante dela se acendiam de vez em quando algumas velas. Uma netinha de treze anos, menina piedosa e aluna do catecismo paroquial, ao ver o estado gravíssimo do avô, ousou falar-lhe:

- Vovô, não quer o senhor, meu vovozinho, não quer a visita do nosso padre da paróquia?

- Não, minha filhinha, eu não estou para morrer...

Diversas vezes o mesmo pedido da netinha e a mesma resposta:

Não estou para morrer... Não quero o padre...

A pequena se pôs a rezar a São José com fervor. Desejava tanto a conversão do avô! Numa das noites de insônia e de terríveis sofrimentos, o velho pedreiro recordou a cena do encontro da velha imagem de São José. E passou a noite a pensar naquilo. Pela manhã chamou a netinha:

Maria, eu quero... a minha imagem de São José... Quero falar com meu São José.

A netinha chorou: Coitadinho do vovô! Já está delirando!...

Trouxe-lhe a estátua. O velho a contemplou durante algum tempo em silêncio. Examinou-a e São José lhe parecia tão belo, radiante, e o comovia profundamente. Chorou muito. Sentia-se abalado nas profundezas d’alma.

- Minha netinha, eu quero um padre...

- Quer falar ao nosso padre, não é, vovô?

- Falar só?! Não, minha filhinha, quero confessar-me.

A pequena saiu como flecha rumo à casa paroquial. Dentro em breve lá estava o bom pároco, e o velho pedreiro se confessou, banhado em lágrimas. Recebeu a Extrema Unção e o Viático. Depois mandou chamar os filhos e netos e os antigos companheiros e lhes disse comovido, ofegante e entre lágrimas:

- Não façam vocês como eu! Vão à missa cada domingo e cumpram os deveres religiosos; sejam fieis à religião. E se vocês algum dia encontrarem alguma imagem de São José, não a quebrem! Guardem bem a imagem de São José. Ela lhes há de trazer felicidade. Desde que entrei meu São José, fui sempre feliz!


E pouco tempo depois expirou abraçado à imagem de São José, a imagem querida que o salvou.

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