24 DE MARÇO
- O SANTO NOME DE SÃO JOSÉ -
O NOME DE SÃO JOSÉ NO EVANGELHO
Na Sagrada Escritura os nomes têm um
sentido profundo e belo: traduzem a missão de quem o possui. O teu
nome, diz o Senhor a Abraão, não será mais Abrão, mas Abraão, porque eu te
destinei a sei pai de muitos povos” (Gênesis – XVII, 5).
A Jacó, diz: O teu nome não mais será Jacó, mas
Israel, porque se contra Deus foste forte, quanto mais o serás contra os
homens! (Gênesis – XXXII, 29).
A Simão diz Jesus, quando lhe confia a
missão de Chefe da sua Igreja: Tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a
minha Igreja” (Math. – XVI, 18).
O nome traduz uma missão, não é imposto
arbitrariamente. O filho de Jacó fora chamado José. José, diz a Escritura, filho que cresce, filho que cresce e de formoso aspecto (Gênesis – XLIX, 22).
José, diz São Jerônimo, quer dizer
acréscimo, aumento. Ora, a significação desse nome, comenta Santo Alberto
Magno, convém àquele que pelas relações com Deus foi elevado acima de todos e
pela união com Maria, Mãe de Deus, e pela paternidade adotiva de Jesus,
cresceu, elevou-se mais que todos os mortais (Alb. Mg. – ‘Tal in cap. I Jucos
Super cui nomen erat Joseph’). O nome de São José vem repetido muita vez no
Evangelho. E tal repetição, observa ainda o Santo Doutor, indica um desígnio
particular da Divina Providência. Deus quer esclarecer e evidenciar a justiça
santíssima de São José, escrevendo seu nome muitas vezes no Evangelho, o Livro
da Vida. Quer provar que aquele homem, escolhido para Esposo de Maria, não era
desconhecido, e quer eternizar a memória do que foi considerado Pai do próprio
Deus (‘Super Missus est’ – Cap. XLVII).
Pode-se afirmar, pois, escreve São
Boaventura, que o louvor de São José está no Evangelho. É um nome glorificado
pelo Espírito Santo. Nome que veio do céu, nome bendito e inseparável dos
santíssimos nomes de Jesus e Maria. Vede como o repetem os evangelistas: José,
esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo. Estando, Maria, já
desposada com José – Mas José seu esposo como era justo – José, Filho de Davi,
não temas receber Maria tua esposa – E despertando José do sono – Eis que
apareceu em sonhos a José – O anjo do Senhor apareceu em sonhos a José,
dizendo: Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe (Math. I, 16, 18, 19, 24; II, 13,
19).
São Lucas: A uma virgem desposada com
um homem que se chama José, da casa de Davi – E também José subiu da cidade de
Nazaré, na Galileia, para a Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém – E o
julgavam Filho de José (Lucas I, 27; II, 4; III, 23).
E São João: Não é Ele aquele Jesus,
Filho de José? (S. Joan. – VI, 42).
Vede quantas vezes repete o Evangelho o
nome de José! Não é um nome celeste e cheio de bênçãos?
PODER E EFICÁCIA DO NOME DE SÃO JOSÉ
O nome bendito de José, mil vezes
pronunciado por Jesus e Maria na intimidade de trinta anos na casa de Nazaré;
nome santificado nos lábios do próprio Deus e da Mãe de Deus; nome querido e
cheio de bênçãos – não há de ser poderoso e cheio de eficácia, invocado em
nossas necessidades e misérias da vida terrena?
Os próprios anjos louvam o nome de José, observa o piedoso Pe. Huguet (‘Pouvoir de Saint
Joseph’).
Vede como os espíritos angélicos
respeitam a santidade e a pureza do nome de José! A primeira vez em que o anjo
aparece a São José, o chama: José, filho de Davi, isto é, chamou-o pela
nobreza real a que pertencia.
A Ezequiel diz o anjo: Levanta-te,
Filho do Homem!. A Pedro diz: Levanta-te depressa! Escreve o que vês, diz
a São João. Só a São José é que o anjo chama pelo nome próprio e o trata como um
príncipe da estirpe de Davi: Joseph, fili David. Só São José teve a honra de
ver seu nome junto aos nomes de Jesus e Maria. Depois do nome bendito de Maria,
nenhum nome é mais poderoso no céu e na terra. Nome que é o terror do inferno e
alegria do céu.
Santa Teresa experimentou o poder e
eficácia do nome do Santo Esposo de Maria, e afirmava: Nunca invoquei o nome
de São José e deixei de ser atendida. É um nome poderoso para afastar as
tentações, inspirar bons pensamentos, salvar-nos nos perigos e ajudar-nos na
luta contra o pecado. Não se pode imaginar o poder do nome de São José e quanto
Deus nos atende ao invocá-lo.
Santa Gertrudes, em suas revelações,
viu a glória de São José no céu: o glorioso Esposo de Maria num trono de
esplendores e, ao se pronunciar o seu nome, os anjos e os santos se inclinavam
(Rev. Lib. IV, c. XII).
Maria Santíssima, para dar uma prova de
amor ao Beato Herman, o angélico menino da Ordem Premonstratense, lhe muda o
nome para o de José. A Santa Margarida de Cortona recomenda, Nossa Senhor, que
não passe um só dia sem invocar o nome de seu Pai adotivo. Pois se é tão grande
e honrado pelo próprio Deus e por Maria o nome de São José, como não há de ser
poderoso, invocado por nós com muita confiança e devoção!
O nome de São José, diz o Cardeal Lépicier
(‘Tractatus de Sancto Joseph’ – Pars 1, A, II), tem um poder singular para
excitar a nossa fé, afugentando as tentações, e nos valer em nossas
necessidades. Nunca o separemos dos nomes de Jesus e Maria.
EXEMPLO
- Salva do perigo e convertida
por São José -
A menina Allen, filha de um general
americano, Ethan Allen, na idade de doze anos passeava tranquila às margens de
um belo rio, quando vê, apavorada, um monstro a se levantar em meio das águas
agitadas e avançar em direção a ela. O medo a reteve, pálida, sem poder fugir.
Assim ficou, à espera da morte, quando um homem de alguma idade, com um manto
grande, a tomou nos braços, carregou-a até a estrada e ali deixou-a, dizendo:
“Foge, milha filha, depressa!”.
A menina volta a si, refaz-se do susto
e corre a toda pressa. Volta-se de vez em quando, olha para trás, quer ver o
desconhecido que a salvou e não mais o encontra. Em casa, diz à mãe o que se
passou. Os criados foram à procura do benfeitor e ninguém pode informar o
paradeiro do homem misterioso.
Passaram-se treze anos. A menina Allen
é moça, rica, prendada, e, nascida na heresia protestante, veio depois a cair
na incredulidade. Lia obras perniciosas e imoralíssimas. Tornou-se
livre-pensadora. Gabava-se de espírito forte. Todavia, o misterioso monstro e o
mais ainda misterioso homem que a salvou nunca lhe saíam da lembrança. Os pais
a matricularam numa escola de Irmãs, em Villemarie, a fim de aprender a língua
francesa. Certo dia, uma das religiosas lhe pede um obséquio e era o de levar
um vaso de flores à capela e deixá-lo sobre o altar do Santíssimo. Pediu-lhe
que ao entrar no templo se ajoelhasse com todo respeito. A moça riu-se e tomou
das mãos da Irmã o vaso, prometendo cumprir todas as recomendações. Quando se
aproxima da capela mor, onde se achava o altar com o Sacrário, sente que uma
força misteriosa a obriga a cair de joelhos, e não pode mais dar um passo
adiante. Era inútil todo esforço. Caiu de joelhos, sentiu lágrimas quentes a
lhe correrem pelas faces. Um desejo de abandonar o pecado, voltar-se para Deus,
mudar de vida. Não podia compreender tão súbita transformação de alma.
Levantou-se disposta a procurar um
sacerdote e tornar-se cristã fervorosa.
E assim o fez. Preparou-se para a
abjuração do protestantismo e entregou-se ao serviço de Deus. Fez mais ainda:
resolveu fazer-se religiosa para servir a Deus o resto da vida. Antes de entrar
para o noviciado, foi visitar a capela do hospital na mesma cidade onde outrora
o homem misterioso a salvou do monstro à beira do rio.
Apenas entrou no pequenino templo, deu
com um lindo quadro de São José. Não se conteve. Gritou alto: É ele! Ele, sim,
é ele mesmo!
Os que a acompanhavam não compreendiam.
- Sim, é o homem que me salvou do
monstro! Compreendo agora tudo. O monstro era imagem da heresia da qual fui
livre. Os braços de São José que me acolheram e me salvaram, a Congregação das
Irmãs de São José que me vai receber!
Em 1808 a piedosa jovem fez a profissão
e como religiosa santa e zelosa concorreu para a conversão de inúmeros
protestantes.
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