O MÊS DE SÃO JOSÉ,
que podem servir de reflexão no mês de março, particularmente,
ou em qualquer outro mês do ano,
que podem servir de reflexão no mês de março, particularmente,
ou em qualquer outro mês do ano,
através das belas reflexões de Monsenhor Ascânio Brandão,
no livro de sua autoria,
GLÓRIA E PODER DE SÃO JOSÉ,
cuja primeira edição data de 1945.
E como diz o próprio autor, na apresentação da obra,
que elas “despertem, em muitos corações, uma ardente devoção a São José e uma confiança ilimitada no seu poder, que, como o de Maria, é também nas devidas proporções – omnipontentia suplex – a onipotência suplicante”.
1.° DE MARÇO
- O MÊS DE SÃO JOSÉ -
O MÊS DOS LÍRIOS
Consagramos dois meses do ano à devoção a Maria: o lindo mês de Maio e o mês de Outubro do Santíssimo Rosário. Em Junho, nossa alma se afervora na devoção ao Sacratíssimo Coração de Jesus. Nos últimos tempos, a devoção a São José tomou grande incremento, sobretudo depois que Pio IX entregou ao Santo Patriarca o patrocínio da Igreja universal. Louvamos a Mãe de Deus, realizando a profecia do "Magnificat": - Beatam me dicent omnes generationes’ - Todas as gerações me hão de chamar bem-aventurada. Em Março cumpre outro oráculo sagrado: - "Qui custos est Domini sui glorificabitur" - Glorificamos aquele que mereceu ser o guarda do seu Senhor.
A devoção a São José cresce quanto mais também no mundo vai se desenvolvendo e afervorando a devoção a Maria. Nota-se que desde a proclamação do dogma da Imaculada Conceição, o culto josefino foi se propagando talvez como nunca em outros séculos. O que Deus uniu, o homem não separe. Nosso Senhor quis associar José aos mistérios da vida do Salvador e unir Maria e José nos laços do matrimônio virginal, para que ambos, com Jesus, formassem a Trindade da terra, à semelhança da Trindade celeste. Há um mês de Maria; deveria também ser honrado, em um mês, o Santíssimo José.
Março traz-nos a festa do Santa Patriarca. Era justo fosse, também, o mês do Santo Esposo de Maria e Pai adotivo de Jesus Cristo.
Março traz-nos a festa do Santa Patriarca. Era justo fosse, também, o mês do Santo Esposo de Maria e Pai adotivo de Jesus Cristo.
Louvar a Maria, disse Gerson, é louvar a Jesus; e louvar a José, é louvar Jesus e Maria.
Todo este belo mês é consagrado ao culto e ao nosso afervoramento na devoção a São José. Vamos honrar o maior dos santos, nestes trinta e um dias de bênçãos e de graças do céu. Esta devoção, caríssima a tantos fiéis em todo o universo, há de crescer sempre mais. Onde se louvem a Jesus e Maria, seja louvado também São José. Rendem, em honra de tão grande santo, os cânticos do provo cristão: - "Te cuncti resonent christianorum chori".
O mês de Maria é o mês das flores, o mês do Rosário o das rosas do Santo Rosário, o mês de Junho o mês dos frutos da Santidade, o outono de nossa piedade cada ano e o mês de Março o mês dos lírios de São José!
Vamos, pois, com todo fervor, aproveitar estes dias de graça e de salvação.
ORIGEM DO MÊS DE SÃO JOSÉ
A devoção ao Santo Patriarca, diremos mais adiante, esteve já por longos séculos, senão ignorada e desconhecida, pelo menos sem o brilho dos últimos tempos e o fervor e entusiasmo de hoje. Agora, porém, em todo universo a Igreja canta e celebra com esplendores as glórias do Santo Esposo de Maria. Duas belas festas litúrgicas em sua honra: a de 19 de Março e a do Patrocínio, na quarta-feira depois do segundo domingo da Páscoa (nota: hoje, não é o que vige, segundo as atuais normas litúrgicas da Igreja; há a ‘SOLENIDADE DE SÃO JOSÉ, ESPOSO DA VIRGEM MARIA’, em 19 de março, e a celebração de SÃO JOSÉ OPERÁRIO, em 1.° de maio). Erguem-se majestosos santuários, escrevem-se tratados teológicos e obras admiráveis de erudição e piedade sobre as glórias e prerrogativas singulares do grande Santo. Há, em todo mundo, um afervoramento na bela devoção. Era justo que também se escolhesse um mês para São José. E este não tardou.
A prática do mês Josefino é recente. Teve origem na Itália e principalmente na Cidade Eterna. O povo romano sempre consagrou especial devoção a São José e, assim, não se contentava em honrar o grande santo apenas em sua festa litúrgica. Sendo Março o mês da festa do Santo Patriarca, resolveram algumas almas piedosas, unidas, celebrarem cada dia do belo mês com uma prática devota.
Em breve, o Santo Padre, o Papa, abençoa e incentiva a propaganda desta devoção.
Da Itália, onde se difundiu rapidamente no século passado (nota: a referência, aqui, é ao século XIX) em todo o país, o mês de São José se introduziu com entusiasmo na França, e depois, levado pelas missionárias ao Oriente e ao mundo todo, tornou-se universal. Agora a Igreja o deseja, cada ano, celebrado com mais fervor.
Sua Santidade Leão XIII, tão devoto de São José, o recomendou a todo universo. Os últimos Pontífices o enriqueceram de indulgências. Podem-se lucrar as seguintes indulgências: Sete anos cada dia e indulgência plenária no fim do mês, quando os fieis assistem, pelo menos dez vezes, aos exercícios feitos numa igreja, e todos os dias quando feitos em particular. Nenhuma oração é determinada para lucrar estas indulgências, exceto as orações pelo Santo Padre para lucrar a indulgência plenária no fim do mês. Qualquer ato de piedade em honra de São José é suficiente. Se em Março não puder fazer o mês de São José, lucram-se as mesmas indulgências em qualquer outro mês, havendo naturalmente algum impedimento. Todavia, mesmo sem qualquer motivo, e por simples devoção ou comodidade, lucram-se todas as indulgências se, como fazem em alguns lugares, começarem o mês de São José em 16 ou 17 de Fevereiro para terminá-lo na festa de 19 de Março.
EXEMPLO
Santa Teresa salva por São José
(nota: Santa Teresa de Ávila)
A grande santa nada empreendia sem se recomendar a São José. Foi a grande apóstola e como que restauradora do fervor e devoção ao culto josefino nos últimos tempos. Numa das suas viagens, dirigia-se a santa com algumas Irmãs a uma cidade da Espanha, onde iria fundar mais um mosteiro em honra de São José. O carro, puxado a cavalos, atravessava uma região montanhosa, em estrada cercada de precipícios. O condutor perdeu as rédeas num alto, e os cavalos, assustados, se precipitaram montanha abaixo. Iam na direção de um enorme precipício. Santa Teresa, ao perceber o horror em que se achavam as Irmãs, disse-lhes, com voz firme e confiante:
- Minhas filhas, aqui só existe um meio de escapar da morte: é recorrer a São José e implorar-lhe a proteção.
E bradaram, confiantes, por São José.
De repente, ouve-se uma voz forte, enérgica:
- Parem! parem! parem! Se derem mais um passo, todos morrerão!
Imediatamente os cavalos estacaram.
- De que lado havemos de seguir? Perguntam as carmelitas.
A voz responde:
- Por tal caminho, que é mais seguro e menos perigoso.
E os cavalos tomaram logo a direção da estrada indicada. Estavam fora do perigo.
Procuraram quem lhes falava e onde estava o benfeitor que os salvou, e a cuja voz os cavalos estacaram.
Não viram por ali um ente humano. Toda pesquisa fora inútil. Então, pela estrada, Santa Teresa disse às suas filhas:
- Em vão procuramos nosso salvador do perigo. Quem nos salvou foi nosso Pai São José!
Cheia de confiança, a grande santa nunca empreendeu viagem ou negócios sem pedir a proteção de São José.
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