- AS DORES E ALEGRIAS DE SÃO JOSÉ -
AS DORES
Nossa vida se passa entre dores e alegrias. São José teve na sua vida as maiores e mais pungentes dores e as mais doces e consoladoras alegrias. Sofreu e alegrou-se com Jesus e Maria e por Jesus e Maria. O Evangelho, em poucas palavras, nos traduz estes mesmos sofrimentos e ternas delícias do coração do Santo Patriarca. Lembramos sempre com a tradição piedosa sete dores e sete alegrias. A primeira dor de São José foi ante o mistério da Encarnação. Maria concebeu por obra e graça do Espírito Santo. Não podia duvidar da pureza angelical de Maria.
Que perplexidade horrorosa! Que noites de angústia e de amargura. Silêncio, lágrimas e orações. E até que anjo lhe revele o mistério, como sofre! José, seu Esposo, como era justo e não queria infamá-la, quis abandoná-la ocultamente (Mat. I – 19).
A segunda dor é naquela noite fria de Natal. Ver-se abandonado nas ruas de Belém com Maria quase à hora do bendito parto e sem encontrar uma hospedaria. Não havia lugar para eles na hospedaria (Luc. II – 7). Que sofrimentos naquelas horas de abandono e de pobreza, a baterem de porta em porta, sempre rejeitados e maltratados!
A terceira dor, na circuncisão do Menino Jesus. Passados oito dias do nascimento, foi cincuncidado o Menino (Luc. II – 21). Era operação dolorosa e via José as primeiras gotas de sangue do Redentor!
Quarta dor. Era no templo, na hora da cerimônia da Apresentação. O profeta Simeão anuncia, tomando o Menino nos braços: Eis que este será posto para ruína de muitos em Israel e como sinal de contradição (Luc. II – 34). E a Maria: Mulher, uma espada de dor há de transpassar o teu coração. Viu José toda a Paixão de Jesus e conheceu o oceano de amarguras que havia de ser o coração de sua Esposa. Uma espada de dor também naquela hora feriu o coração virginal de São José.
Quinta dor: A fuga para o Egito. Herodes quer matar ao Deus-Menino. O anjo avisa José. E José, diz o Evangelho, levantou-se, tomou o Menino e sua Mãe, de noite, e se retirou para o Egito”(Mat. II – 14). Quanto sofrimento nestas palavras! Abandono de um lar, viagem penosa pelo deserto, fome, pobreza, duro exílio, desprezo de um povo estranho e pagão.
Sexta dor: O Anjo avisa José que volte para a Galileia, mas Arquelau, terrível, reinava na Judeia e José experimentou a amargura de ver ainda ameaçada a vida da Criança Divina. Ouvindo que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá (Mat. II – 22).
Sétima dor: Perde Jesus em Jerusalém. Durante três dias procuraram aflitos, Maria e José, ao Menino, objeto de seu amor e ternura. Nas outras angústias, observa um autor, sofriam com Jesus. Aqui é a ausência de Jesus o maior tormento. Grandes, sem dúvidas, foram as dores e angústias de São José!
AS ALEGRIAS
Primeira alegria: Após a angústia inenarrável das perplexidades depois do mistério da Encarnação, José ia deixar a sua Esposa quando o anjo do céu lhe revela a feliz nova. Eis que o anjo do Senhor lhe aprece em sonho, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria tua Esposa, porque o que nela nasceu é obra do Espírito Santo (Mat. I – 20). Que consolação! A segunda alegria foi quando na gruta de Belém nasceu Jesus, em meio de pobreza extrema, é verdade, mas cercado de anjos e adorado por Maria e José. Naquela noite bendita, quais não haviam de ser os sentimentos de alegria do castíssimo José! Ninguém, depois de Maria, sentiu mais as doces alegria do Natal. A terceira grande alegria, quando na circuncisão coube a José a honra de dar o nome de Jesus. José, diz São Mateus, lhe pôs o nome de Jesus (Mat. I – 25). Aquele nome mil vezes bendito, diante do qual se dobram em reverência os céus e a terra, foi dado por José em nome do Pai Eterno. A quarta alegria: veio a paz, depois da imensa dor da profecia de Simeão. O Menino Deus seria, é verdade, alvo de contradição, e uma espada de dor transpassaria a alma de sua Mãe, mas aquela Criança foi posta no mundo para ressurreição de muitos em Israel (Luc. II – 34). Quantas almas não se salvariam por Jesus! Era isso que naquela hora encheu de consolação a alma de José. A quinta alegria foi à entrada do exílio: vinham cansados e exaustos os pobres peregrinos, após a caminhada e as privações do deserto, mas quanta alegria ao verem tomados os ídolos pagãos dos egípcios! (Isaías XIX – 1-21). Sexta alegria. Passou-se o tempo do exílio. Herodes morreu e voltam para a Galileia, à casa humilde de feliz de Nazaré. Após o exílio tão penoso do Egito, viram de novo a pátria querida e a sua gente. Podiam tranquilos passar agora na humildade, no silêncio de Nazaré, os dias felizes da intimidade com Jesus. Finalmente, a sétima e última alegria. Três dias procuraram, angustiados e aflitos, a Jesus. Afinal, O encontraram no Templo. Tanto maior era a dor, tanto maior a alegria. Encontraram Jesus sentado entre os Doutores. Ouviram narrar os prodígios da Criança portentosa, que tão bem explicava as Escrituras. Viram a Jesus após três dias de ausência. E depois de três dias O encontraram no Templo, sentado entre os doutores, diz o Evangelista (Luc. II – 46). Imaginai a ventura de São José nesta hora!
Ao recordar as dores e alegrias de São José, a alma cristã medita as mais belas páginas do Evangelho e sente com o Santo Patriarca as angústias e doçuras daqueles mistérios. Tenhamos a devoção tão bela de acompanhar o Santo Patriarca nas suas sete primeiras dores e alegrias. É a mais bela e a mais agradável forma de invocar a São José.
EXEMPLO
Origem da devoção às sete dores e alegrias de São José
Origem: Qual a origem desta devoção às dores e alegrias de São José?
Navegavam dois Padres Franciscanos nas costas de Flandres, quando se levantou uma horrenda tempestade, e o navio em que viajavam submergiu com os trezentos passageiros que levava. A Divina Providência permitiu que se salvassem os dois franciscanos sobre umas tábuas, nas quais navegaram três dias entre a vida e a morte.
Lembraram-se de São José, naquelas horas de angústia. Recomendaram-se fervorosamente ao Santo Esposo de Maria. No mesmo instante apareceu-lhes um homem cheio de majestade e bondade, ofereceu-se para os guiar sobre as tábuas e os conduziu rapidamente a um porto, onde saltaram em terra. Os dois frades caíram de joelhos aos pés do seu salvador, num agradecimento comovido:
- Quem és?, perguntaram-lhe, curiosos.
- Eu sou José, Esposo de Maria e Pai Putativo de Jesus. Se quereis agradecer-me e fazer alguma coisa que me seja agradável, não deixeis de rezar cada dia, e devotamente, sete vezes o Pai Nosso e sete vezes a Ave Maria, em memória das sete dores com as quais minha alma foi afligida na terra, e em memória das sete alegrias que consolaram meu coração quando vivi no mundo com Jesus e Maria.
E, ditas essas palavras, desapareceu.
Daí veio a propagação desta prática tão bela de piedade, a mais popular e a mais agradável a São José.
Essa devoção, tão conforme ao Evangelho, é uma lembrança dos mistérios adoráveis da infância de Jesus. A Igreja a enriqueceu com a indulgência de cinco anos e plenária uma vez por mês, para quem a recitar todos os dias (P. P. O. – 470). É como que o rosário de São José. O que a devoção do rosário é para Nossa Senhora, assim as sete dores e sete alegrias para São José. Não há melhor prática de devoção em honra de São José.
Amém
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDeus os abençoe!
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