21 DE MARÇO
- SÃO JOSÉ, PATRONO E MODELO DAS ALMAS CONSAGRADAS A DEUS -
SÃO JOSÉ E OS SACERDOTES
O Santo Patriarca é apresentado como
belo modelo para as almas sacerdotais, o protetor, o ideal de quem serve a
Jesus no santuário. Não teve o admirável santo a honra do sacerdócio concedida
aos apóstolos. A sua missão era outra. Não havia de pregar o nome de Jesus, mas
guardar o Tesouro Divino de Belém aos últimos dias de Nazaré. O corpo de Jesus
que o sacerdote cada diz faz descer sobre o altar no momento da Consagração,
não é o mesmo corpo que José tomou nos braços na gruta de Belém, que apresentou
na circuncisão e no Templo de Jerusalém?
Como o sacerdote, José depois de Maria
foi a criatura mais íntima de Jesus e quem tocou, sustentou com o suor de seu
rosto, protegeu, defendeu com sacrifícios e duras provações e humilhações o Corpo
de Jesus Cristo, nosso Redentor!
Santo Tomás de Aquino louva o Corpo
Eucarístico de Jesus: Ave verum corpus natum de Maria Virgine. Ave corpo
verdadeiro nascido de Maria Virgem.
Pois este Corpo Verdadeiro de Jesus é
o mesmo Corpo que José amparou, sustentou, defendeu e acariciou com as ternuras
de Pai.
Não há, pois, relações muito íntimas
entre São José e o sacerdote? Uma das belas orações da preparação para a Missa
assim nos fala com eloquência de São José e do sacerdote: “Ó Deus, que nos
destes a realeza do sacerdócio, concedei-nos, vo-lo suplicamos, que assim como
o Bem-aventurado José mereceu trazer e tratar reverentemente em suas mãos o
vosso Unigênito Filho, nascido de Maria Virgem, assim fazei com que, em pureza
de coração e inocência de vida, mereçamos servir em vossos santos altares, e
assim tomemos hoje dignamente o sacrossanto corpo e sangue de vosso Filho, e
mereçamos o prêmio eterno no século futuro por Cristo Nosso Senhor”.
Há uma proteção especial e carinhosa de
São José sobre os sacerdotes, sobre os seminários e a obra das vocações
sacerdotais. O sacerdote é “alter Christus”, Cristo na terra. O Pai putativo de
Cristo há de exercer aquela doce paternidade sobre aqueles que de modo
especialíssimo merecem ser chamados, com mais razão, filhos de São José.
Quantas almas sacerdotais não devem a
graça da perseverança na vocação ao Santo Esposo de Maria! Ele suscita e ampara
as vocações.
Peçamos todos os dias a São José
numerosos e santos sacerdotes para a Igreja no Brasil. Ampare o santo querido
ao nosso clero e nossos Seminários, livre-nos dos escândalos de lamentáveis
apostasias, desperte no seio da família brasileira santos ministros do altar.
SÃO JOSÉ E OS RELIGIOSOS
Os Religiosos são, na Igreja de Deus,
os para-raios da Justiça Divina. Que variedade de obras de oração, de
penitência, de caridade e instrução exercidas heroica e abnegadamente pelas
almas consagradas a Deus no silêncio dos claustros ou na agitação do apostolado
missionário! São José sempre foi invocado com todo fervor de uma sincera
devoção, na vida religiosa. Com Maria e o Deus Menino em Nazaré não viveu como
verdadeiro religioso, no sentido mais perfeito da palavra?
Pobreza, castidade e obediência, eis
os votos da Religião. Quem mais pobre, mais puro, mais obediente que São José,
depois de Maria? E pobre, obediente e puro, porque servia a Jesus e viveu para
Jesus e Maria. Essa é toda a finalidade da vida religiosa. Desde Santa Teresa,
grandes fundadores de Institutos religiosos suscitam uma grande devoção ao
Santo Patriarca e os apresentam como modelo e protetor de sua obras.
São Afonso Maria de Ligório recomenda
encarecidamente a devoção ao grande santo aos seus filhos, os Redentoristas.
Escreve as belas visitas a São José, para que acompanhem as visitas ao
Santíssimo Sacramento e a Maria Santíssima. Com que erudição e piedade escreve
sobre as glórias, prerrogativas e o poder do Pai Putativo de Jesus Cristo! São
Vicente de Paulo gostava de apresentar São José como perfeito modelo das
religiosas e do sacerdote. Dava-o como patrono dos Seminários e dos que se
preparam para receber as santas Ordens. Recomendava aos seus missionários que
fossem zelosos em propagar o culto de São José onde quer que pregassem Missões.
Dizia nada ser mais agradável a Nossa Senhora que propagar o culto daquele que
foi unido tão intimamente a Maria pelos laços de um matrimônio imaculado. São
João Batista de La Salle, fundador das Escolas Cristãs, São João Bosco, São
João Cottolengo, enfim, uma plêiade gloriosa de fundadores de famílias
religiosas, unanimemente apresentam todos São José como modelo da vida
religiosa e da observância dos votos. Surgiram na Igreja muitos Institutos
religiosos novos, conforme as necessidades dos tempos. Em todos achamos esta
confiança na proteção do grande santo. São Francisco de Sales deixa às suas
visitandinas a piedade para com o Santo Patriarca como uma tradição querida da
Ordem. Carmelitas, Beneditinos, Franciscanos, como que disputam a primazia no
ardor em zelo em propagar o culto de José. Enfim, cada família religiosa da
Santa Igreja sempre conserva uma devoção especial ao Santo Esposo de Maria e
Pai adotivo de Jesus, e todos procuram imitar o mais perfeito modelo da casa
religiosa e da observância dos votos – a família sagrada de Nazaré, da qual era
superior São José! Recomendemos ao Santo Patriarca a prosperidade e a
santificação das Ordens e Institutos Religiosos.
EXEMPLO
- Três diamantes -
Contam os ‘Anais Dominicanos’ que a
Beata Margarida, da Ordem de São Domingos, tinha sempre nos lábios em todas as
circunstâncias e em contínua prece, os nomes benditos de Jesus, Maria e José.
Vivia em colóquios com o Divino Redentor, Maria Santíssima e o grande São José.
Muitas vezes em êxtases de que era favorecida ouviram-na exclamar: Que
tesouro! que grande tesouro eu trago no coração!.
Depois da morte encontraram no coração
da bem-aventurada três diamantes preciosos e neles brilhavam as imagens de
Jesus, Maria e José. O prodígio despertou a atenção de inúmeras pessoas.
É mister que durante toda nossa vida invoquemos, cheios de fervor, os
três nomes de vida e de salvação: Jesus! Maria! José!. Felizes seremos se os
tivermos sempre gravados em nossos corações. São os diamantes espirituais, mais
preciosos que todas as raras joias da terra e podemos, sem o prodígio de Santa
Margarida, Dominicana, trazê-las sempre conosco no peito por uma devoção
ardente à Sagrada Família.
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