- O PODER DE SÃO JOSÉ -
O PODER DE SÃO JOSÉ
Pai putativo de Jesus Cristo e Esposo de Maria, não há santo mais poderoso no céu que São José, para nos valer e proteger em todas as necessidades.
Santissimo Joseph in omni necessitate et negotio concessum est opitulari. O santíssimo José nos pode ver e valer em todos os negócios e necessidades, é a opinião de Santo Tomás de Aquino.
Invocamos aos santos, diz São Francisco de Sales, para algumas necessidades particulares, como se as graças e os dons dos milagres fossem divididos por cada um, em proporções limitadas. São José, porém, tem o remédio para todas as necessidades do corpo e da alma no crédito que possui junto de Nosso Senhor (‘Saint François de Sales’, ‘Oeuvres’ – XIX).
Santa Teresa e Santo Afonso dizem o mesmo.
Aos outros santos recorremos em uma ou outra de nossas necessidades. O poder de São José, porém, se estende a todas, não tem limites (Santo Afonso – Visitas. Santa Teresa – Vida).
E a Igreja o confirma na oração e ofício de São José, em 19 de Março: Ut quod possibilitas nostra non obtinet, ejus nobis intercessione donetur. O que não pode alcançar a nossa fraqueza, obtenha-nos a sua intercessão.
De São José como de Maria, escreveu o Pe. V. Mercier (‘Saint Joseph’ – VI pars. – 364), se pode dizer que é a Omnipotentia suplex, a onipotência suplicante.
A intercessão de São José junto de Deus e de Maria, demonstra o grande Gerson (‘Sermo de Nativitate Mariae’ – Cons. 3), é a de um Pai e Esposo sempre obedecido.
Com que segurança e com que autoridade não pede Ele pelo seus devotos!
O poder de São José é imenso. Para o demonstrar, São Bernardino de Sena assim fala: “Não podemos duvidar que Jesus Cristo conserva sempre no céu para com São José a ternura e respeito que lhe testemunhou outrora na terra, isto é, ternura e respeito de Filho. Bem longe de ser diminuída, esta piedade filial vai crescendo sempre”.
“Notem-se”, acrescenta Santo Afonso, “as palavras ternura e respeito; elas significam que este Soberano Senhor que se dignou venerar a São José cá no mundo como a seu Pai, não lhe nega coisa alguma daquilo que ele lhe pede” (Santo Afonso – 17ª Visita a São José). A experiência faz dizer a Santa Teresa: “Conheço por longa experiência o poder que São José goza junto de Deus; quisera persuadir a todo o mundo a honrá-lo com uma devoção particular. Notei sempre pessoas que progrediam na virtude, porque lhe tinham verdadeira devoção. Contento-me com pedir, por amor de Deus, àqueles que não quiserem acreditar em mim, que façam disto experiência”.
A história do outro José do Egito e o poder vice-rei que lhe deu Faraó, é já lugar comum na comparação de todos os autores josefinos, para mostrar o poder de São José junto de Deus.
A Igreja chama o Santo Patriarca Ministrum salutis... certa spes vitae columenque mundi – Ministro de nossa salvação, segurança da vida e sustentáculo do mundo.
Seria impossível citar quantos santos e autorizados teólogos escreveram sobre o poder de São José.
E, delicadamente, conclui o Pe. Sauvé no seu ‘Saint Joseph intime’: São José possui uma caridade capaz de amar a Deus com um amor paternal e abraçar, com o mesmo paternal amor, a Igreja e cada um de nós, e isto com a irresistível influência que tão grande amor lhe dá.
Oh!, vamos a São José com tanto mais confiança quanto sabemos que nossa oração há de ser atendida pelo maior e mais poderoso dos advogados junto de Deus, depois de Maria.
José e Maria são a omnipotentia suplex – a onipotência suplicante.
O PATROCÍNIO DE SÃO JOSÉ
A etimologia da palavra o está dizendo: é pai, isto é, o que exerce a missão de pai e protege, como um pai protege e ampara o filho.
No sentido litúrgico, chama-se patrono aquele que intercede ou pede por outro.
Jesus Cristo é o Patrono por excelência, o Mediador necessário, único: um é o mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, que se entregou em redenção por nós (1 Timóteo II, 5).
O Patrocínio de Jesus, porém, não exclui o dos santos; ao invés, estes recebem dAquele toda virtude e poder. Maria, sendo nossa corredentora e Mãe de Jesus, é a Medianeira universal de todas as graças. Tudo nos vem de Jesus por Maria. E pelos méritos do Sangue de Jesus, pelos méritos de Maria, Mediadora de todas as graças, somos salvos. Pois Jesus e Maria, unidos na terra e no céu a São José, fizeram a seu Pai e Esposo participante, em grau mais elevado que todos os santos, do poder de intercessão e proteção sobre os homens remidos.
Santo Tomás de Aquino nos dá a grande razão do Patrocínio de São José: “Quanto mais perfeitos na caridade são os santos que reinam no céu, tanto mais oram pelos homens e os podem socorrer” (Suma Teol. II, 2ae, Q. LXXXIII).
É o grande princípio. Ora, quem, depois de Maria, amou a Jesus Cristo mais do que o Santo Patriarca?
Não há, pois, e não é possível que haja maior e mais eficaz Patrono que São José.
Jesus, Patrono ou Mediador necessário.
Maria, Patrona e Medianeira universal.
Ninguém irá a Deus e nem se salvará, a não ser por Maria.
José, Patrono e Mediador de todas as graças que nos vêm pelos méritos da Redenção: o tesoureiro das graças que do céu nos chegam pelas mãos de Maria. Eis aí o lugar privilegiado de São José como nosso Patrono.
São as razões fundamentais do Patrocínio de São José.
Se nenhum eleito o antecede em santidade e perfeição, se mereceu a honra de proteger o Verbo Encarnado, é o Patrono da obra de Jesus Cristo, a Santa Igreja.
O seu Patrocínio é o mais poderoso, o mais eficaz e o mais benéfico.
As razões que teve a Igreja, diz Leão XIII, para proclamar a São José seu especial Patrono e confiar tanto na valiosa proteção do grande santo, não são outras senão as dos títulos singulares que ele possuiu de Esposo de Maria e Pai adotivo de Jesus Cristo (‘Quamquam pluries’).
A José do Egito diz Faraó, proclamando-o vice-rei: “Governarás minha casa, e ao império da tua voz todo o meu povo te obedecerá” (Gênesis, XLI, 40). “Ide a José e fazei o que vos disser”.
O Rei dos céus não deu menor poder ao novo José, Esposo de Maria.
Ide ad Joseph, é o que nos repete a Igreja, dando-nos como Patrono São José.
Em 1869, setecentos e setenta e sete bispos e seis mil sacerdotes, por ocasião do Concílio do Vaticano, pedem ao Santo Padre Pio IX a aclamação solene e oficial do Patrocínio de São José sobre a Igreja Universal.
Em 8 de Dezembro de 1870, a súplica é ouvida. O Pontífice da Imaculada Conceição e da Infalibilidade Pontifícia declara solenemente a São José Patrono da Igreja Universal (nota: hoje, diante da denominação de certa igreja, e para evitar-se confusão, melhor seria dizermos Patrono Universal da Igreja).
EXEMPLO
Salvo e convertido por São José
Em Colônia, Alemanha, uma esposa, verdadeiramente cristã e devota de São José, tinha profunda mágoa ao ver a indiferença religiosa e, às vezes, a impiedade do marido. Era ele homem que na infância havia recebido uma educação cristã de mãe piedosa, e depois os amigos ímpios e as lutas e negócios o afastaram completamente da Igreja e de todas as práticas da religião. Quando quis se casar, fingiu algum sentimento religioso e conseguiu desposar uma prendada jovem, que se distinguia por sua angelical piedade. Poucos dias após o matrimônio, tirou a máscara e revelou-se o ímpio que era. Ridicularizava as orações da esposa, impedia-a muita vez de frequentar os sacramentos e zombava das coisas e pessoas sagradas. No dia 1.° de Março, aniversário natalício da esposa, trouxe-lhe um rico presente. Ao agradecer, disse ela com receio e voz trêmula:
- Meu querido, eu seria muito mais feliz com outro presente...
- Que presente?!...
- A tua alma... a tua pobre alma...
E desatou a chorar.
Em vão procura o esposo consolá-la.
- Pois bem, diz ele, pede-me o que quiseres; eu prometo fazer tudo, para que não chores mais neste dia tão belo.
- Então vem comigo, hoje, até à matriz e assistiremos juntos ao sermão e à bênção do Santíssimo na novena de São José.
- Pois, se é apenas isso, vamos! Enxuga essas lágrimas.
A igreja estava repleta. O padre falou sobre São José. Não era bom orador, mas sabia doutrinar. Pediu aos ouvintes que invocassem a São José com toda confiança, sobretudo nos perigos.
Ao saírem da matriz, diz a esposa: “Meu querido, eu te peço uma coisa e me há de prometer cumpri-la. Nada mais fácil. Bem sei que não crês, mas em todos os perigos em que te achares reza esta jaculatória: São José, rogai a Deus por mim!. Só isto... prometes-me?”. “Nada mais fácil. Pois não. A promessa há de ser fielmente cumprida”.
Passaram-se meses. Numa tarde viajava o moço, quando um horroroso desastre no trem lhe faz lembrar a promessa feita. Um choque tremendo e a locomotiva se precipita violentamente contra uma montanha de pedra. O sinal de alarme soou e o moço lembrou-se do prometido. Gritou logo: “São José, rogai a Jesus por mim! Valei-me, São José!”.
Não se sabe como ele saiu ileso, sem um ferimento, em face de um montão de ruínas e de cadáveres. Jaziam por terra os vagões em pedaços, e sete amigos, seus companheiros de viagem, estavam mortos e completamente mutilados. Não pôde conter as lágrimas e, profundamente reconhecido, agradeceu a São José tamanho favor. Voltou à casa transformado. Converteu-se, tornou-se um católico modelar e fervoroso. E cada ano, no mês de Março, preparava em casa um altar e o adornava de flores, e diante da imagem do santo querido ardiam sempre velas e se faziam fervorosas preces.
“São José”, dizia ele, “me salvou e me converteu! Salvou minha vida e converteu minha pobre alma!”.
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