- SÃO JOSÉ, O MAIOR DOS SANTOS -
1.° - DEPOIS DE MARIA, JOSÉ!
Depois de Deus, Maria. Depois de Maria, José. É sem dúvida o maior dos Santos, pois recebeu de Deus maiores graças e desempenhou a maior e mais sublime missão na terra.
É conhecido o axioma tomista: - “Quando Deus escolhe alguém para uma missão, o dispõe e prepara para que seja idôneo e a desempenhe dignamente”.
Ora, São José fora escolhido para a mais sublime missão: - Pai adotivo do Filho de Deus humanado e esposo da Mãe de Deus. Poderia alguém na terra, depois de Maria, excedê-lo na glória da santidade? Quem teve maior e mais sublime missão a cumprir na terra?
Só Maria Santíssima. Logo, depois de Maria, na santidade, ninguém pode ser maior que o Santo Patriarca.
É incontestavelmente o maior dos Santos. São José se avantajou em santidade e glória, opina o grande teólogo Suarez, aos apóstolos e a São João Batista, porque nada há na Escritura e na tradição que se oponha a esta conclusão.
E a Igreja, com Pio IX, na Encíclica ‘Inclytum Patriarcham’, de 7 de Julho de 1871, diz claramente: - “Tendo Deus escolhido o Bem-aventurado José entre todos os Santos para ser verdadeiro e puríssimo esposo da Virgem Imaculada e Pai Putativo de seu Filho, comunicou-lhe em abundância graças singulares para desempenhar tão sublimes ofícios, graças singulares que o tornam também um Santo entre todos singular”.
Esta é a razão primária da santidade eminente de São José. É ainda Santo Tomás quem nos dá outra razão da santidade eminente do Santo esposo de Maria:
“Quanto mais alguma coisa se aproxima do seu princípio em qualquer gênero que seja, diz o Angélico, mais participa do efeito daquele princípio. Cristo é o princípio da graça, autoritariamente enquanto Deus, e instrumentalmente enquanto homem”. Deste princípio deduz o Santo Doutor a santidade singular de Maria, maior que a de nenhum Santo. Logo, pela mesma razão, se São José, depois de Maria, foi o mais próximo de Jesus Cristo, recebeu dEle maior abundância de graças que os outros Santos. E Suarez afirma que depois da Humanidade de Jesus e de Maria, São José ocupa o terceiro lugar na abundância da graça divina pela sua familiaridade e contacto com Jesus Cristo. É, pois, o maior dos Santos.
2.° - MAIOR QUE SÃO JOÃO BATISTA E OS APÓSTOLOS
Nenhum Santo teve dos lábios de Jesus maior elogio que João Batista. “Dentre os nascidos da mulher, disse o Salvador, nenhum apareceu maior que João Batista”.
Argumentam contra a primazia de São José servindo-se deste texto sagrado. O elogio do Precursor feito por Jesus Cristo, diz o ilustrado Pe. Cantera, é de um valor relativo e não absoluto.
Nosso senhor exalta João Batista sobre os profetas do Antigo Testamento, mas não sobre todos os Santos. E queria também se referir às maravilhas e prerrogativas com que Deus o honrou desde o nascimento. Esta é a segura opinião do grande teólogo Josefino, o Cardeal Lepicier, no seu admirável Tractatus de Sto. Joseph.
O texto de São Mateus comparado ao de São Lucas esclarece perfeitamente esta questão: Entre os nascidos de mulher não há maior profeta que João Batista.
O Evangelista, aqui, fala em profeta e diz expressamente que entre os nascidos de mulher não há maior profeta que João Batista. Excedeu a todos no dom da profecia, mas não diz que a todos tivesse excedido na graça e na santidade. Esta é a interpretação de Santo Hilário, São João Crisóstomo, Santo Agostinho e outros Santos Padres, como demonstra o estudo admirável do Pe. Cantera na sua obra: “San José en el Plan Divino”.
Suarez é de opinião também que São José excedeu em graça e em glória aos Apóstolos e a São João Batista porque a sua missão foi maior e mais sublime que a deles. E eis agora a razão porque na Liturgia a Igreja invoca nas Ladainhas a São João Batista antes de São José. A ordem dos Santos nas Ladainhas não obedeceu à ordem de prioridade na santidade, isto é, na ordem da graça e da glória. Em geral, este argumento não tem valor decisivo, porque nas orações litúrgicas nem sempre a precedência dos nomes dos Santos indica a precedência na ordem da graça e da glória.
Eis porque também a Santa Sé não permitiu se inserisse o nome de São José no Confiteor e se desse precedência ao nome de José ao de João nas Ladainhas.
São José excede a dignidade dos Apóstolos.
Estes foram ministros e dispensadores dos mistérios de Deus, vasos de eleição, colunas da fé, mensageiros da palavra divina. Pregaram o Evangelho de Cristo, sofreram e lutaram e morreram por Cristo. Enfim toda a missão deles foi em relação à pessoa de Cristo.
Ora, São José foi o dispensador de Jesus nascido, diz Orígenes: Ministro da Encarnação, diz São João Crisóstomo, o único coadjutor, fidelíssimo do Grande Conselho, escreve São Bernardo; ministro da nossa salvação, lhe chama a Igreja no Ofício litúrgico: Dedit ei ministrum esse salutis.
Todos esses títulos são indiscutivelmente mais gloriosos que o do apostolado.
O ministério de São José, afirma o Cardeal Vives, afeta mais de perto à pessoa de Cristo e influi mais diretamente em nossa salvação. É maior São José que todos os mártires e confessores e virgens. Nenhum Santo teve, como Ele, privilégios tão singulares e viveu mais unido a Deus e mais abrasado na Divina Caridade.
Pelas relações com Jesus e Maria Santíssima é o maior dos Santos, e precede a todos os eleitos no culto que lhe prestamos. E, finalmente, Pio IX proclama ao Santo Patriarca patrono da Igreja Universal, O patrono é superior aos que patrocina. Evidentemente vale esta razão por muitas outras. A festa do patrocínio de São José é uma argumento litúrgico em favor da primazia de São José entre os Santos da Igreja de Deus.
Concluamos, pois, com os Santos Doutores, os teólogos, os melhores autores josefinos: São José é o maior dos Santos; maior que João Batista e os apóstolos; maior que todos os eleitos na graça e na glória.
EXEMPLO
Pedido irrevogável
O Venerável Pe. Luís Lallemant, da Companhia de Jesus, foi um admirável mestre de vida espiritual. Seus escritos têm uma doce unção e fazem um bem imenso a tantas almas! Morreu em odor de santidade.
Fora apóstolo do culto a São José. Atribuía ao Santo Patriarca todas as graças da vida interior que recebera e procurava inculcar em todas as almas sob a sua direção espiritual um grande amor a São José.
Não havia graça que as orações fervorosas do Venerável Lallemant não obtivesse do Santo Esposo de Maria. Eram suas expressões, já conhecidas: Recorram a São José! Peçam e serão atendidos!.
Tinha como que a piedosa e santa mania de recomendar a toda gente a devoção a São José.
Nas vésperas da festa do Santo Patriarca, chamou dois mestres do Colégio dos Jesuítas e lhes recomendou, encarecidamente, inculcassem a devoção a São José no coração de seus alunos.
Pediu muitas preces e comunhões para a festa de 19 de Março.
Depois os dois bons padres foram, cada um em segredo, propor ao Pe. Lallemant a graça que desejavam. O Pe. Nouet, um deles, lhe disse:
- Quero, meu padre, alcançar de São José uma graça importante: é a de sempre pregar com muita unção e muito bem sobre Jesus Cristo. Quero ser bom pregador do meu Divino Mestre!
O Venerável lhe garantiu que São José o havia de atender.
Mais tarde, porém, o Pe. Nouet pôs-se a refletir e achou pouco modesta a sua pretensão. Pedir a São José a graça de ser bom pregador! Não seria uma vaidade? Não iria se expor aos aplausos e à vanglória?
Não, diz ele, prefiro outra graça! Antes ser um santo e humilde religioso e ficar sempre oculto e desconhecido. Voltou ao Pe. Lallemant e pediu-lhe que não rogasse mais a São José o que havia proposto. O Venerável sorriu docemente e respondeu: “Meu filho, é tarde! É muito tarde! São José já despachou seu pedido. Já fomos atendidos!”.
Realmente, o Pe. Nouet, S. J., foi um dos melhores e mais edificantes pregadores da Companhia de Jesus. Hoje, ainda, os sermões e conferências que nos deixou são lidos, com grande proveito, por inúmeros sacerdotes e leigos. Um incomparável pregador de retiros espirituais!
A oração a São José, maravilhosamente ouvida!
O companheiro do Pe. Nouet disse ter sido também contemplado com a graça pedida na festa de São José. Todavia, por humildade, não a quis revelar.
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